quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O passarinho, o trovão e o louvor.




Vai entender a intimidade de tudo que louva ao Senhor com

o próprio Deus?

Certo dia um leve passarinho perguntou a Deus: Senhor, eu 


canto tão afinadinho. Já cedo, nos primeiros raios de sol eu

me apresso a cantar e louvar a Ti.

Mas poucas pessoas me escutam!


Como se não bastasse o meu tamanho insignificante, o meu


 canto é baixinho por mais afinado que seja. E as pessoas 

passam e apenas escutam o meu assovio ao longe, e poucas

 percebem o meu louvor pra ti!

E Deus, carinhoso como sempre, lhe perguntou:


Mas, doce passarinho, o que desejas então?


Pai dos céus, por favor, me deixa ser o Trovão!


Ele chega numa nuvem tempestuosa e pesada, grande e 


impactante como só ele, e além do mais, cidades inteiras o 

ouvem e o temem.

Ele tem o que não tenho, seus tons vão dos agudos quando 


ardem o céu até o grave das passadas de um elefante.

O que me parece é que o Senhor ouve o trovão mais 


claramente que a mim!

E sorrindo O amoroso Deus responde ao ingênuo passarinho:

Nada disso, meu amor!


Eu não meço o louvor pelos tons, pelos volumes ou pelo 


temor que ele apresenta ou pareça dar.

Eu ouço um ruído que ninguém ouve, sendo assim, não tem


graça o mundo ouvir.

Esse ruído em meio aos sussurros ou estrondos somente EU


escuto.

Os cânticos para vocês são apenas cânticos, para mim, são 


joelhos dobrados. Para mim são beijinhos em minhas mãos, 

são lágrimas e risos, os louvores são abraços em minhas 

pernas como filho pequeno.

Seus louvores eu ouço sem meus ouvidos.


E o passarinho cabisbaixo perguntou ao Criador:


Não entendo, Senhor! De onde vem esse som que o Senhor

escuta?

Vem da alma, meu delicado passarinho.


Onde até o vento em seu silêncio faz-me escutar o seu 


“brisal” louvor.

E assim, o pequenino pássaro voou mais alto que pode


cantando e mirando o céu, com o coração cheio de amor e 

louvores àquele que o criou.