domingo, 9 de novembro de 2014

PESCADORES DE HOMENS




E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores;
E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.
··.


Ah, Jesus... Sempre com suas metáforas!

Iniciando o Seu ministério “terreno”, saindo sendo rejeitado de Nazaré, foi para a Galileia. E lá chegando, não tardou a iniciar o seu processo de escolha de seus discípulos: Homens que haveriam de segui-lo, aprender com Ele, e imitá-lo expandindo o Reino de Deus e O anunciando por essa terra de trevas a homens perdidos.
Nesta passagem, Jesus se depara com quatro homens: Pedro, André, Tiago e João. Pescadores de carreira e herança.
Mas o “mistério” estaria na sua sentença, algo que é tão simples e enigmático mutuamente: Afinal, eles se tornariam “pescadores de homens” .
Aí você pensa na cena... Homens fisgados no anzol, ou embaralhados e agarrados numa rede ou tarrafa... Hilário ou surrealmente dramático?
Pois bem... Aqui vai então uma breve reflexão.
Não sou técnico em pescaria, muito menos um grande praticante, mesmo a título de lazer. Mas meu pai pescava, seus irmãos, meus irmãos e alguns amigos ainda pescam. Não é difícil observar algumas coisas.

1.       A preparação dias antes da grande pescaria.
Devido ao “tipo” de pescaria que faça, é necessário um preparo prévio do material, se algo está enferrujado, quebrado, emperrado. Se a isca está própria para o uso, se o tempo vai estar bom e se haverá cuidado com protetor solar ou capa de chuva. Se a minha técnica está apurada e se conheço bem o caminho até chegar ao lugar próprio para tal pesca.
Agora pense... Transfira isso para a “pregação do evangelho”. Será que estamos praticando com o mesmo afinco e zelo como em uma pescaria de peixes?
É muito importante o preparo à base de orações, estudo da Palavra, homilética etc. Caso contrário será uma viagem frustrada. E o pior, na volta, você não poderá passar na peixaria (ou igreja) e comprar um homem para provar a sua família que você obteve sucesso na tal pesca.

2.       Qual “isca” você vai usar?
Não pensem que usei esse termo (isca) de forma pejorativa, por favor...
Mas no intuito de dizer a você que, é o Espírito santo que nos orienta a usar a PALAVRA CERTA.
Pode haver um peixe faminto por palavras teológicas fraudadas, algum baiacu inchado e incomodado espinhosamente aguardando algo que não o alimente de fato. Mas pode haver um peixe raro à espera de um simples miolo de pão jogado na água.
Pode haver um peixinho à espera de uma simples e gratuita minhoca. Mas pode haver um enorme Mero aguardando uma longa mensagem.
O que importa é que, no preparo anterior, Deus irá te direcionar na isca a ser usada... Mas o peixe é ELE também quem traz.
Evite sempre usar iscas artificiais... Essas não servem! Nem  as mortas. A isca é a Bíblia, e ela é A Palavra Viva, a Isca VIVA!

3.       O material corresponde ao peixe a ser pescado.
Sim... Como não?
Um magro caniço de bambu, amarrado a um nylon fino com um anzol “mosquito” na ponta... Isso é coisa para crianças! Divertido e ingênuo entretenimento para neófitos, e não para grandes pregadores! Você estará levando o Evangelho e não passando o tempo se divertindo!
Uma vara profissional, bem dominada; fio de metal para batalhas longas a fio; preparo físico e espiritual; e por fim, o local a ser vasculhado.

4.       Para concluir, pense na pescaria à margem de um rio ou praia. Você terá apenas uns metros e saiba que o peixe é de superfície. Mas não desvaloriza tal pesca, afinal terás que ter paciência da mesma forma que em águas profundas. Mesmo que “dê pé”, você pode usar uma tarrafa, e esta, com maior probabilidade de capturar um maior número de peixes, mesmo que menores. Mas não subestime e desqualifique esses peixes, eles são os que DEUS te enviou a pescar.
Quando estiver usando uma rede de arrasto, peça ajuda. Afinal você não conseguirá sozinho, junte amigos pescadores de homens.

Se você for de barco a águas mais fundas ou mar aberto, poderá jogar a rede como certa vez os discípulos de Cristo fizeram, e o resultado ainda poderá ser o mesmo: Sucesso! Mas desde que direcionados por Jesus em qual lado jogar. Mas lembre-se da rede não estar furada ou rasgada, talvez pela experiência ou velhice, ou mesmo descaso com o teu material de pesca.
Você ainda está neste barco, em águas profundas, mas você resolve mergulhar e usar um perfurante arpão ou arbalete. Saiba que apenas pegará um peixe a cada mergulho. Você irá vasculhar tocas, terá que estar vestido com roupa de neoprene, preparado contra o frio e escuridão das profundezas do mar sem fim. E lembre-se: Terás que ter muito fôlego para tal aventura. E o fôlego, ar, sopro... Você sabe o que é? O Pneuma Espírito Santo cheio em seus pulmões! Ou leve um tanque de oxigênio, exatamente como as virgens zelosas que guardaram o seu azeite na chagada do noivo.
A Bíblia tem exemplos de excelentes pescarias: Pedro jogou uma rede e trouxe quase 3 mil homens. E Jesus, em sua profunda, técnica, preparada e produtiva pescaria, nos trouxe apenas um peixe, no entanto, caro, grande e raro, chamado Nicodemos!

Boa pescaria... Mesmo que você ainda seja um peixe! 
E se você for fisgado um dia, você automaticamente se tornará um pescador.


Alexandre Monsores – novembro de 2014.