quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O CRISTÃO "MEIA-BOCA"



Para meus amigos de outras línguas e países que visitam este blog, cabe a mim esclarecer este termo: "Meia-Boca"

Adjetivo para designar algo mais ou menos. 
Que não é tão bom, nem muito ruim. 
Algo intermediário.

Bem, em dias de violências verbais, intelectos e brios feridos com o desgaste de conflitos de opiniões sobre diversos assuntos, vim convidar a você refletir sobre um pensamento que há muito tem me incomodado.
Não que o incômodo seja ruim por completo, mas ele também nos faz sair do lugar, mexer ou remexer um pouco ou bastante, mudar rotas, levantar, refletir...
Os embates, outrora em rodinhas nas esquinas, nas varandas ou em partidas de War, agora são em redes sociais, que como toda e qualquer rede, pode aprisionar algo ou alguém. E nesta rede, muitos insetos, como mariposa alucinadamente hipnotizada a caminho da mortal lâmpada que a fulminará, estão agarrados pelos olhos na retangular tela à sua frente, seja numa widescreen gigante ou na palma da mão com um chinês smartphone.
Separo aqui apenas um embate visceral: O Cristão na sociedade e a sua posição diante dos problemas - Calar ou Combater?
Primeiro vamos a simples definição de "Cristão":
Cristão é todo o indivíduo que adere ao Cristianismo, uma religião monoteísta abraâmica centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, e que foi profetizada na Bíblia Hebraica/Antigo Testamento.  Além disso os cristãos também dão ênfase aos ensinamentos de Jesus, que acreditam ser o Filho de Deus, como o respeito aos Dez mandamentos, a forma como Jesus interpreta a Lei do Amor: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento." E o segundo, semelhante a este, é:  Amarás o teu próximo como a ti mesmo."(Mateus 22:37-39) e o estudo dos ensinamentos de Cristo contidos nos Evangelhos do Novo Testamento. Existem aproximadamente 2 bilhões de cristãos no mundo de hoje.
Mas, basicamente, logo no início do então movimento batizado por Cristianismo, muito cedo seguidores de Jesus realmente não tinham nenhum "nome" para si próprios e um adversário aparentemente foi a primeira pessoa a usar a palavra "cristão" para se referir a eles. Muito mais como um mal apelido jocoso, que por verdadeiramente uma saudável característica.
Sendo assim, Cristão é, por definição já mostrada, os que ensinam e vivem por amostragem todo o ensinamento de Jesus, usando como base os textos bíblicos.
Assim também entramos em um outro agravante pensar: Não existe cristão absoluto que não crê em Cristo, não existe cristão absoluto que não crê na Bíblia, onde estão suas doutrinas.
Reparem na palavra "absoluto".
Pois bem... Aqui é que começam a aproximar-se "CRISTÃO" e "MEIA-BOCA".
Pergunto eu: você se identifica com isso?

Segundo.
Se você se enquadra naqueles que creem 100% em Jesus e nas Escrituras chamadas Sagradas, a Bíblia, então vamos ver como você reage às tribulações políticas e sociais de seu mundo, e como propaga o evangelho transformador do homem, este que muda seu comportamento junto a sua rua, rua que muda seu bairro, bairro que muda sua cidade, cidade que muda sua sociedade e país.
Como paradigma, olhemos para Ele, Jesus, e o que nos ensina sobre tudo isso. Mas não vou me limitar a citar apenas textos dos 4 Evangelhos, afinal, TODA a Bíblia É CRISTO!
I. Jesus não veio para os cristãos, Ele veio para o mundo.

João 3:16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Bem, aqui está claro que Deus não enviou O Seu Filho para certo grupo de pessoas, mas para todos; sejam gnósticos, ateus, umbandistas, espíritas, nazistas, fundamentalistas, artistas, intelectuais, especiais, cegos, surdos, libertinos, drogados, ébrios, prostitutas, homossexuais, livres e prisioneiros, americanos, brasileiros, japoneses... absolutamente todos!
Outra análise deste pequeno versículo, está na palavra "CRER", do verbo no original em grego PISTEUO, assim como o DO e GET no inglês, tem 3 definições: CRER (acreditar), FILIAR (como em qualquer partido político ao qual vc se identifique) e por último, COMPROMETER, ou seja... não basta ACREDITAR em Jesus, não basta ser SIMPÁTICO as suas ideologias e se filiar a este partido chamado Cristianismo... mas principalmente "vestir a camisa", fazer boca de urna, entregar panfletos, propagá-lo nas ruas, etc... Se COMPROMETER com a vida, ideologia e crença deste Partido chamado CRISTO.
O que há na Bíblia, não trata apenas do comportamento de pequeno ou isolado grupo, mas para toda a humanidade; e nós, Cristãos, absorvemos e pegamos como doutrina diária.
A Bíblia e as palavras ditas por Cristo não diz respeito a mim, mas a nós todos! Ou você as capta para viver com elas, ou não. O fato é, ser meia-boca não dá pra ser!

II. Não é Cristão apenas aquele que pratica o bem.

Como vimos anteriormente, o "trinômio" CRER/FILIAR/COMPROMETER precisa existir.
Muitos apenas fazem o bem, mas não creem que Jesus É Deus, logo, não são Cristãos.. apenas possuem princípios, e "princípio" não é totalidade.
Mas dizem: " A fé sem obras é morta"!
"Só a fé salva ou precisa também da obra?" pergunta frequente em muitos papos teológicos, de ontem e de sempre... Tiago e Paulo sempre abriram uma discussão sobre FÉ e OBRAS... Ambos dizem coisas antagônicas, a princípio... Mas tirando a opinião desses dois brilhantes personagens bíblicos, vamos na opinião do Mestre, Jesus... Vamos ver o que Ele mesmo diz?

Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as 

obras de Deus?

Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: 

Que creiais naquele que ele enviou.

João 6:28-29

É... novamente Jesus nos coloca em uma "sinuca": FÉ em Deus É OBRA!
Não se faz a verdadeira obra, segundo o próprio ensinamento de Jesus, sem crer em Deus. E crer em Deus nos dias de hoje é exercício forte da FÉ!

III. Jesus e a Bíblia sobre a corrupção.

No Brasil, até um tempo atrás, corrupção era vista como coisa normal; não havia tanta tensão sobre o assunto. Alguns aceitavam, de forma pragmática, o suborno sendo visto como um pouco mais do que “um jeito diferente de fazer negócios”. Outros apenas faziam “vista grossa”.
Existe, é verdade, essa cultura do “jeitinho”, da malandragem como parte da maneira de ser brasileiro, quase que uma exaltação dessa habilidade da nossa gente de encontrar formas “criativas” para resolver problemas. A corrupção, como ela se manifesta em nosso país, entra também por meio dessa validação cultural e quase que institucionaliza a sua prática.
Com o desenvolvimento econômico do país, a indignação contra a corrupção, de alguma forma, se dilui. Alexandro Salas, diretor para as Américas da Transparência Internacional, diz o seguinte:
"Quando um país começa a ter uma economia mais sólida, é mais fácil ver um cidadão comum perdoando atos corruptos, porque ele não faz um vínculo direto de como a corrupção o afeta. Se agora ele tem um bom trabalho, um carro e se o ministro rouba, ele fica irritado, claro, mas acha que isso não o atinge diretamente."
No ranking de Percepção da Corrupção da ONG em 2012, o Brasil ocupou a 69ª posição, entre 176 países. Já no que lista o grau de propinas pagas, o país ficou no 14º lugar - foram 28 países analisados.
O Promotor de Justiça, Jairo da Cruz Moreira, aponta os dez atos de corrupção mais presente no dia-a-dia do cidadão comum:
- Não dar nota fiscal;
- Não declarar Imposto de Renda;
- Tentar subornar o guarda para evitar multas;
- Falsificar carteirinha de estudante;
- Dar/aceitar troco errado;
- Roubar assinatura de TV a cabo;
- Furar fila;
- Comprar produtos falsificados;
- No trabalho, bater ponto pelo colega;
- Falsificar assinaturas.

"Aceitar essas pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções", afirma o promotor. "Seguindo esse raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na prova ser mais propenso a, mais para frente, subornar um guarda sem achar que isso é corrupção."
Em seu livro “Dando um Jeito no Jeitinho”, Lourenço Stelio Rega apresenta o que ele chama de ciclo vicioso da corrupção que se inicia no descaso das autoridades que leva o povo a sentir-se no direito de transgredir a norma e, por conseguinte, dar um “jeito”, pagando suborno para não ser punido. O pagamento de suborno a uma autoridade pública reestimula a corrupção, gerando impunidade e fechando, assim, o círculo.
O antropólogo Roberto DaMatta defende que essa prática sistêmica é uma forte razão pela qual o brasileiro é complacente com a corrupção na política, por exemplo. Nas palavras dele, “uma sociedade de rabo preso não pode ser uma sociedade de protesto”.
O ex-secretário geral das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, certa vez disse:
“A corrupção é uma praga insidiosa que tem um largo espectro de efeitos corrosivos nas sociedades. Ela sabota a democracia e o texto da lei, leva a violações dos direitos humanos, distorce os mercados, corrói a qualidade de vida e facilita o crime organizado, terrorismo e outras ameaças ao florescimento da segurança da humanidade. A corrupção fere o pobre desproporcionalmente através dos desvios de fundos que deveriam ir para o desenvolvimento, compromete a habilidade do governo em prover serviços básicos, alimenta a desigualdade e a injustiça, além de desencorajar a ajuda e o investimento externo. Corrupção é o elemento chave no mau desempenho das economias e o principal obstáculo ao desenvolvimento e ao combate à pobreza”.
Chico Buarque homenageia o malandro às avessas, aquele que tem família, que trabalha, que deixou a criminalidade. Penso que essa poesia retrata bem a mudança na maneira de enxergar a questão da corrupção no contexto brasileiro, apontando que há algo problemático com essa “ética do jeitinho”.

Homenagem ao Malandro (Chico Buarque)

“Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem, que conheço de outros carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem não existe mais.
Agora já não é normal, o que dá de malandro
regular profissional, malandro com o aparato de malandro oficial,
malandro candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social;
malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal.
Mas o malandro para valer, não espalha,
aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal.
Dizem as más línguas que ele até trabalha,
Mora lá longe chacoalha, no trem da central”.

De que corrupção nós estamos falando?

A Bíblia trata do tema da corrupção da raça humana e do plano redentor de Deus, do Gênesis ao Apocalipse; a corrupção “lato sensu” (o pecado, de uma forma geral), que se desdobra em corrupções “strito sensu” (manifestações específicas da rebelião humana). Nosso foco é na corrupção como ferramenta de opressão econômica, afronta ao pobre; a negação do acesso do outro aos direitos básicos pela malversação de dinheiro público, pagamentos de propinas, superfaturamentos, etc…
Bryan R. Evans, da ONG Tearfund, em seu livro “O custo da corrupção”, circunscreve o entendimento de corrupção à fraude, apropriação indébita e suborno que podem ocorrer através do abuso de poder, formação de cartel ou negócios escusos/nebulosos. Além disso, ele categoriza a corrupção em três tipos: a incidental, a sistemática e a sistêmica. O fato é que “corrupção” andará sempre de mãos dadas com a pobreza e, por esse motivo, ela é uma questão de ordem moral e de direitos humanos.
Vejamos alguns efeitos práticos da corrupção: o alto custo do acesso aos serviços de saúde e educação; padrões de saúde e segurança públicas precárias, riscos ambientais, violação dos direitos humanos, precariedade do acesso à justiça. Além das mulheres e das crianças, os portadores de deficiência, pessoas com vírus HIV, idosos e os refugiados estão entre os que mais sofrem as consequências da corrupção.

O que a Bíblia tem a dizer sobre o assunto?

Ao refletirmos nas Escrituras, o que se espera que seja a práxis da igreja de Cristo? “E criou Deus o homem à Sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto” (Gn 1.31).
A desobediência da criatura humana abre as portas para toda a cultura de violência e morte que vai descaracterizar a imagem de Deus no homem. “A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gn 6.11-12).

A corrupção, como a conhecemos, é talvez a violência em sua forma mais cruel. Não é possível dissociarmos a ideia de corrupção daquilo que entendemos como violência contra a dignidade humana, seja pela promoção da precarização dos serviços públicos, pela facilitação do crime ou pelo incentivo ao aumento da miséria.
A corrupção aflige a terra desde a Queda. Não é surpresa, portanto, que muitos a vejam como algo normal, inevitável; um mal necessário na condução dos negócios e a forma como o rico e o poderoso levam sempre vantagem sobre o pobre e o fraco. Porém as Escrituras deixam claro que a corrupção é uma injustiça e, mais do que isso, elas requerem um posicionamento contra a corrupção.
O relato de corrupção, propina ou suborno mais conhecido da história está na Bíblia. Foram as 30 moedas de prata dadas pelos sacerdotes judeus a Judas Iscariotes para que ele os levassem até o Jardim do Getsemani, onde Jesus e os discípulos passavam a noite. Lá Judas mostrou a eles através do beijo da traição quem era Jesus. Judas era ganancioso e o dinheiro significava para ele, muito mais do que lealdade ou amor. Ele foi motivado por ganância e ganho pessoal. Quando ele se deu conta do mal feito e das consequências da sua traição, jogou as moedas no pátio do templo e cometeu suicídio (Mt 26 e 27; Mc 14; Lc 22).
Corrupção em forma de propina ou suborno é condenada ao longo de toda a Escritura Sagrada. Samuel foi o primeiro dos profetas do Antigo Testamento e um grande líder em Israel. Porém, mais tarde em sua vida, em sua casa, ele acusou os seus filhos de não andarem em seus caminhos. Foram avarentos, aceitaram subornos, torceram a lei (1 Sm 8.3). A distorção da justiça é uma das piores consequências do suborno porque permite que o rico explore o pobre. Na despedida que Samuel fez junto ao seu povo na coroação do rei Saul, ele perguntou: “…diga-me de quem recebi suborno e com ele encobri meus olhos, e eu vo-lo restituirei?” (1 Sm 12.3). Ele teve uma vida exemplar e a multidão não hesitou em responder: “em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem recebeste coisa alguma da mão de ninguém” (1 Sm 12.4).
Davi, rei de Israel, fez uma pergunta retórica no Salmo 24: “Quem subirá ao monte do Senhor ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração. Que não entrega a sua alma à vaidade e nem jura enganosamente." No Salmo 26, porém, ele apresenta o homem que tem a mão direita cheia de subornos em contraste com o outro homem do Salmo 15.5 que “não empresta o seu dinheiro visando lucro e nem aceita suborno contra o inocente”.
O profeta Isaías elogia “…aquele cuja mão não aceita suborno.” (Is 33.15). E o profeta Amós denuncia “vocês oprimem o justo, recebem suborno e impedem que se faça justiça ao pobre nos tribunais” (Amós 5.12).
Escrevendo sobre a Bíblia e a corrupção, Hermes C. Fernandes apresenta textos bíblicos categorizados em modos distintos de fraude financeira nas esferas pública e privada, mostrando a corrupção como algo inaceitável diante de Deus:

- Advertência contra a corrupção no funcionalismo público: Lc 3.12-13.
- Advertência contra a corrupção policial: Lc 3.14.
- Advertência contra a corrupção no Poder Judiciário: Dt 16.19-20; Ex 23.8; Pv 17.23; Is 5.22,23; Sl 82.2-5a; Lv 19.15.
- Independência entre os poderes: Mq 7.2-3.
- Advertência contra a corrupção no Poder Executivo: Is 1.23; Pv 29.4; Pv 16.12.
- Advertência acerca dos assessores corruptos: Pv 25.5.
- Advertência contra a corrupção no Poder Legislativo: Is 10.1-4
- Advertência contra a corrupção e a ganância no meio empresarial: Ez 22.12-13a; Pv 16.8; Pv 22.16.
- Advertência contra juros absurdos praticados pelo Sistema Financeiro: Pv 28.8; Ez 18.5,7-9; Ex 22.25; Sl 112.4-5,9.
- Advertência acerca dos Direitos trabalhistas: Jó 31.13-14; Ml 3.5; Cl 4.1; Lv 19.13.
- Advertência contra lucros desonestos: Os 12.7; Dt 25.13-16; Pv 11.1; Pv 16.11; Mq 6.11; Lv 19.35-36.

No primeiro século depois de Cristo, o apóstolo Paulo se recusou a pagar suborno ao governador romano Félix. O governador admitiu que Paulo não havia feito nada de errado, mas ainda assim o manteve na prisão porque “esperava que Paulo oferecesse a ele algum dinheiro” (At 24.26). Esse tempo na prisão poderia ser gasto em visitas e encorajamento às igrejas que Paulo havia fundado, ou (quem sabe) fazendo a tão sonhada viagem missionária à Espanha. Nenhuma “justificativa” para o suborno poderia ser maior do que essa que o apóstolo teve, mas ele se recusou a aceitá-lo. Essas passagens nos mostram que, tanto no Antigo como no Novo Testamentos, o suborno é entendido como um pecado contra Deus. Uma perversão da justiça que permite com que o rico explore o pobre - e dentre os pobres, mulheres e crianças são os que mais sofrem. Abusos de poder que só satisfazem a ganância.
A corrupção não é apenas moralmente errada. Ela mina o desenvolvimento econômico, distorce a lisura na tomada de decisões e destrói a coesão social.
A corrupção mata! A corrupção é desonra a Deus e, por isso, é a antítese do amor ao próximo.
No episódio de Caim e Abel, em Gênesis 4, vemos Caim buscando “comprar” o reconhecimento do Senhor; e para tanto, Caim decide tirar a vida do seu irmão. O Senhor Deus questiona a Caim sobre o paradeiro de seu irmão. Caim responde com uma pergunta que tenta justificar a sua independência arrogante: “Acaso sou eu o guardador do meu irmão?” (v 9). Somos, ou deveríamos ser, os guardadores do nosso próximo; promotores de conciliações, construtores de pontes e não agentes de violência e morte. Como vimos no texto de Gn 6 “… a terra estava corrompida aos olhos de Deus e cheia de violência”.

Sendo discípulo de Jesus contra a corrupção.

Considerando que a corrupção, na perspectiva que está sendo descrita, é um dos maiores, senão o maior, ato de violência direta ou indireta do homem contra o seu semelhante e contra a criação, o que, então, um discípulo de Jesus pode fazer? Que contribuição a igreja pode dar na luta contra a corrupção? Considerando que toda lei de Deus converge em Cristo, atraindo-nos pelo amor e conclamando-nos ao amor a Deus e ao próximo (Mt 22.36-38), aquele que é a expressão perfeita da vontade do Pai para o homem, nos aponta o caminho a seguir:

1.            Jesus nos apresenta o modelo da não-violência

Na noite em que foi preso, quando um soldado veio na direção de Jesus, o Mestre advertiu Pedro que já estava pronto para reagir: “Ponha a espada de volta…o que vive pela espada, morrerá por ela” (Mt 26.52). Diante de Pilatos, Jesus também faz uma declaração que sugere um caminho alternativo na relação com os poderes temporais: “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (Jo 18.36). Os valores do reino de Deus são distintos; subvertem a lógica dos reis. O poder dos discípulos de Jesus é poder para ser e para servir, e não para revidar com a mesma moeda. O modelo de combate do cristão não passa pela reprodução da violência, mas sim por um comprometimento com a paz e com o amor, por meio de ações de serviço.

2. Jesus apresenta a fonte da violência

“E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós, todos, e compreendei. Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem” ( Mc 7.14-23).
Ainda que a violência em forma de corrupção possa ser manifestada através de sistemas, esquemas e estratagemas, sabemos que a fonte será sempre o coração corrupto do homem. E é muito bom entendermos isso porque nos ajuda a colocar as coisas em perspectiva e a compreendermos pelo menos duas coisas: 1) que, potencialmente, todos nós estamos sujeitos aos descaminhos e precisamos ser cuidadosos em como vivemos a vida; 2) que a corrupção é uma questão de decisão pessoal, e não o fruto de um sistema sem rosto. Cada escolha, uma responsabilidade.

3. Jesus nos encoraja a enfrentarmos a violência com bravura

Jesus ensinou que o mundo é um lugar perigoso de se viver. Mas ele desafiou seus seguidores a não terem medo. “Não temam aqueles que matam o corpo mas não podem matar a alma.” (Mt 10.28). Ele também disse: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (Jo 16.33). “Tenham ânimo!”. Numa das traduções desse texto para o inglês, encontramos a expressão “sejam bravos!”. Que tipo de bravura é essa que Jesus pede dos seus seguidores?

4. Jesus exige de nós uma resposta à violência

Penso que é no Sermão do Monte que vamos encontrar aquilo que Jesus deseja que seus discípulos façam em relação à corrupção, e a qualquer forma de violência. As palavras do Mestre tratam dos desafios da vida real. É quando ele diz: “Felizes os pacificadores, pois eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). Fazer a paz dá trabalho, trabalho duro, trabalho frustrante, muitas vezes inconveniente. Felizes aqueles que gastam as suas vidas a serviço da reconciliação e da “shalom”.
Em seu livro “Discipulado”, o teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer disse:"Os seguidores de Jesus foram chamados para a paz. Quando ele os chamou, eles encontraram sua paz, porque ele é a sua paz… Mas a eles foi dito que deveriam não apenas ter paz, mas fazer a paz".
John Stott, em seu comentário do Sermão do Monte, diz: “Agora pacificação é uma obra divina. Por paz entenda-se reconciliação, e Deus é o autor de toda paz e reconciliação”.
Pacificadores, portanto, são construtores de pontes num mundo de relações corrompidas. Pacificadores agem em nome de Jesus, na base dos valores do reino de Deus, promovendo diálogos para a reconciliação. Pacificadores enfrentam a corrupção de forma pacífica, inteligente e criativa, tendo sempre a justiça do Reino como referência para a “shalom”. Pacificadores vão às ruas e clamam pela paz; articulam-se com outros grupos que tenham interesse comum para fazerem trabalho conjunto; promovem campanhas; mobilizam igrejas na ação contra o mal em forma de violência e corrupção. Pacificadores acompanham as decisões políticas e buscam incidência pública objetivando a implementação de mecanismos de controle social e transparência. Pacificadores dão voz aos sem-voz. Pacificadores buscam diálogos possíveis e quando não é possível, falam sozinhos. Pacificadores são o sal que preserva o mundo da corrupção do mal. Pacificadores são a luz que traz às claras aquilo que se esconde na escuridão. Pacificadores bem-aventurados; que têm fome e sede da justiça de Deus.

Corrupção é uma questão de caráter

Não se garante transformação de caráter através de controle social e transparência na administração pública. Por outro lado, não é possível haver administração pública eficiente sem o envolvimento de pessoas de caráter nos processos de acompanhamento da governança. Há, portanto, dois níveis de ação da igreja nesse terreno:
O primeiro é o de fazer um chamado à própria igreja a um posicionamento ético que identifique os frutos de justiça produzidos pela ação do Espírito Santo na vida daqueles que se dizem participantes da nova criação. Ou seja, precisamos admitir que a igreja pode ser parte do problema da nação. Uma instituição corrompida e corruptora não tem o que dizer em matéria de ética na governança pública. O outro nível de ação nos move na direção de uma maior incidência pública para a garantia do cumprimento das leis, ou a criação de novas leis, que contribuam para a construção de um ambiente social onde se garanta um mínimo de justiça e paz. Aqui cito Carlos Queiroz para argumentar em favor de um engajamento da igreja nas questões de justiça e paz no mundo dos homens:
“A justiça de Deus é bem maior que o conceito de justiça do ser humano. É baseada em valores como mansidão, sensibilidade, misericórdia e amor. Mas isso não quer dizer que a justiça de Deus é menor do que o mínimo exigido pela justiça humana, como o direito à habitação, alimentação, saúde, educação, lazer, liberdade de exercer a vocação humana.”

“Uma igreja socialmente responsável se utilizará dos instrumentos democráticos para que a sua espiritualidade em missão tenha incidência nas políticas públicas, nos direitos do cidadão e nos testemunhos de boas obras e prática da justiça.”

Deus quer vida; a corrupção destrói a vida.
Deus quer justiça; a corrupção oprime o pobre roubando-lhe os direitos.
Deus quer riqueza honesta; a corrupção cria obstáculos ao desempenho econômico.
Deus quer comunidade; a corrupção destrói a confiança e a segurança.
Deus quer dignidade; a corrupção destrói a dignidade e a credibilidade.
Deus quer paz; a corrupção fortalece a violência e os instrumentos de guerra.

A luta contra a corrupção, portanto, faz todo o sentido para aqueles que dizem conhecer o Deus incorruptível e almejam viver para servi-lo, refletindo na vida o seu caráter santo. A revelação de Deus na Sua Palavra nos confronta, nos transforma e nos move à missão. A missão se dá no solo real de um mundo corrompido e fraturado. A missão nos aponta o caminho em direção ao solitário, ao pobre e ao oprimido.
Sempre que a igreja busca se envolver na justa causa contra a corrupção estará respondendo a Deus de forma diferente de Caim: “Eu sei, sim, onde está o meu irmão, porque sou responsável por ele. Sua vida me diz respeito. Como posso servi-lo?”.

Nota: artigo publicado originalmente no site da Aliança Evangélica.

IV. Jesus e a Justiça Social.

Antes de discutir a visão cristã da justiça social, precisamos definir os termos. A justiça social é um conceito tão politicamente carregado que realmente não pode ser dissociado do seu contexto moderno. A justiça social é muitas vezes usada como um grito de guerra para muitos no lado esquerdo do espectro político. Este trecho da pesquisa "Justiça Social" na Wikipédia (traduzido do inglês) é uma boa definição deste conceito:
"A justiça social é também um conceito que alguns usam para descrever o movimento em direção a um mundo socialmente justo. Neste contexto, a justiça social baseia-se nos conceitos de igualdade e direitos humanos, e envolve um maior grau de igualitarismo econômico através da tributação progressiva, da redistribuição de renda ou até mesmo da redistribuição da propriedade. Essas políticas visam atingir o que os economistas de desenvolvimento chamam de igualdade de oportunidades, a qual pode realmente existir em algumas sociedades, e para a fabricação de igualdade de resultados nos casos em que as desigualdades inerentes aparecem em um sistema processualmente justo".

A palavra-chave nesta definição é "igualitarismo". Esta palavra, juntamente com as frases "redistribuição de renda", "redistribuição da propriedade" e "igualdade de resultados", diz muito sobre a justiça social. O igualitarismo, como uma doutrina política, essencialmente promove a ideia de que todas as pessoas devem ter os mesmos (iguais) direitos políticos, sociais, econômicos e civis. Esta ideia é baseada no fundamento dos direitos humanos inalienáveis consagrados em documentos como a Declaração de Independência Americana.

No entanto, como uma doutrina econômica, o igualitarismo é a força motriz por trás do socialismo e do comunismo. É o igualitarismo econômico que visa remover as barreiras da desigualdade econômica por meio da redistribuição da riqueza. Vemos isso sendo implementado através de programas de assistência social onde as políticas fiscais progressistas tomam proporcionalmente mais dinheiro de pessoas ricas a fim de elevar o padrão de vida para as pessoas que não têm as mesmas condições. Em outras palavras, o governo tira dos ricos e dá aos pobres.

O problema com essa doutrina é duplo: primeiro, há uma premissa equivocada no igualitarismo econômico de que os ricos se tornaram ricos através da exploração dos pobres. Grande parte da literatura socialista dos últimos 150 anos promove essa premissa. Isso pode ter sido o caso principal quando Karl Marx escreveu o seu primeiro Manifesto Comunista, e ainda hoje pode ser o caso por parte do tempo, mas certamente não o tempo todo. Em segundo lugar, os programas socialistas tendem a criar mais problemas do que resolvem; em outras palavras, eles não funcionam. Os programas de assistência social, os quais usam a receita fiscal pública para complementar a renda da população subempregada ou desempregada, normalmente têm o efeito de tornar os beneficiários dependentes da ajuda governamental ao invés de encorajá-los a tentar melhorar a sua situação. Todo caso em que o socialismo/comunismo foi implementado em escala nacional foi um fracasso, não conseguindo remover as distinções de classe na sociedade. Em vez disso, tudo que faz é substituir a distinção entre a nobreza e o homem comum com uma distinção entre a classe de trabalho e classe política.

Qual, então, é a visão cristã da justiça social? A Bíblia ensina que Deus é um Deus de justiça. De fato, "Deus é... justo e reto" (Deuteronômio 32:4). Além disso, a Bíblia sustenta a noção de justiça social na qual a preocupação e os cuidados são mostrados a favor dos pobres e aflitos (Deuteronômio 10:18, 24:17, 27:19). A Bíblia muitas vezes se refere ao órfão, à viúva e ao estrangeiro - ou seja, pessoas que não eram capazes de cuidar de si mesmas ou não tinham um sistema de apoio. A nação de Israel foi ordenada por Deus para cuidar dos menos afortunados da sociedade, e seu eventual fracasso de fazer isso foi em parte a razão para o seu julgamento e expulsão da terra.
Quando Jesus pregou o Sermão do Monte, Ele mencionou cuidar dos "pequeninos" (Mateus 25:40) e Tiago, em sua epístola, expõe a natureza da "verdadeira religião" (Tiago 1:27). Assim, se por "justiça social" queremos dizer que a sociedade tem a obrigação moral de cuidar dos menos afortunados, então isso é correto. Deus sabe que, devido à queda, haverá viúvas, órfãos e peregrinos na sociedade, e Ele fez provisões no antigo e novo testamento para cuidar deles. O modelo de tal comportamento é o próprio Jesus, o qual refletiu o senso de justiça de Deus ao levar a mensagem do evangelho até mesmo aos párias da sociedade.
No entanto, a noção cristã de justiça social é diferente da noção contemporânea de justiça social. As exortações bíblicas para cuidar dos pobres são mais individuais do que da sociedade como um todo. Em outras palavras, cada cristão é encorajado a fazer o que puder para ajudar o "menor destes." A base para tais mandamentos bíblicos encontra-se no segundo dos grandes mandamentos - amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:39). A noção de justiça social de hoje substitui o indivíduo com o governo, o qual, por meio de impostos e outros meios, redistribui a riqueza. Esta política não incentiva a doação motivada pelo amor, mas apenas o ressentimento daqueles que veem a riqueza pela qual tanto trabalharam sendo tirada deles.
Uma outra diferença é que a cosmovisão cristã da justiça social não supõe que os ricos são os beneficiários de lucros indevidos. A riqueza não é o mal em uma cosmovisão cristã, mas há uma responsabilidade e uma expectativa para ser um bom administrador (porque toda riqueza vem de Deus). A justiça social de hoje opera sob a suposição de que os ricos exploram os pobres. A terceira diferença é que, sob o conceito cristão de boa administração, o cristão pode doar a instituições de caridade que ele queira apoiar. Por exemplo, se um cristão tiver uma afinidade com os bebês ainda não nascidos, ele pode apoiar agências e organizações que se dedicam a esse fim com o seu tempo, talento e finanças. Sob a forma contemporânea de justiça social, os que estão no poder são os que decidem quem recebe a riqueza redistribuída. Não temos nenhum controle sobre o que o governo faz com os nossos impostos e, mais frequentemente do que não, esse dinheiro vai para instituições de caridade que não consideramos dignas.
Resumindo, há uma tensão entre uma abordagem da justiça social que é centrada em Deus e da que é centrada no homem. A abordagem centrada no homem vê o governo no papel de salvador, trazendo consigo uma utopia por meio de políticas governamentais. A abordagem centrada em Deus vê Cristo como Salvador, trazendo o céu para a terra quando Ele voltar. No Seu retorno, Cristo restaurará todas as coisas e executará a justiça perfeita. Até então, os cristãos expressam o amor e a justiça de Deus ao mostrar bondade e misericórdia para com os menos afortunados.

Nota: artigo publicado originalmente em gotquestions.org/Portugues/justica-social.html#ixzz3HZfbGkV6

V. Jesus e o clamor do homem justo.

Em Mateus 5: 01-12, O Mestre, na célebre cena no monte, em seu sermão, nos ensina e mostra boas novas quanto àqueles que o seguem. Nos diz sobre Boas Aventuranças.
Ele cita os que tem "fome e sede de justiça", e incluo aqui a social.
Um dos maiores exemplos para contemporizar esse tipo de cristão, é a pessoa de João Batista, aquele mesmo que chamava os líderes de seu governo de "víboras", apontando seus erros e pecados.
depois visitem: 

http://blogdomonsores.blogspot.com.br/2011/01/dieta-do-gafanhoto-e-mel-silvestre.html

João Batista podia ser visto como arrogante, louco, altivo, prepotente, falador, impulsivo, irresponsável e inconsequente, mas mesmo assim Jesus o amou e disse coisas brilhantes a respeito deste a quem batizou Jesus.
Pensem comigo... João diz não ser digno de tirar as alparcas/sandálias de Jesus.
Ele, com isso, afirma ser pior que o mais baixo dos serviçais, pois estes apenas tiravam as sandálias de seus senhores e lavavam os seus pés e de visitantes. Tarefa árdua considerando os pés suados e sujos com o pó da Palestina. Quem já jogou futebol descalço em terreno de barro sabe o que eu digo.
Mas incluo aqui mais uma exegese desta afirmação de João Batista.
Consideremos que João não seja digno, no sentido de "COMPETENTE" para tirar as sandálias de Jesus, o que representa muito, se verificarmos Efésios 6, que diz sobre as SANDÁLIAS DO EVANGELHO.
Mas isso, nem João e nem ninguém seria capaz de tirar as sandálias de Jesus, algo impregnado nele. O Evangelho incapaz de ser tirado de nosso Mestre!
Deste João acima citado, Jesus diz sobre ele:

Mateus 11:11.

11 Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm

 nascido,

não apareceu alguém maior do que João o Batista;

Lucas 7:28.

28 E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres,

não há maior profeta do que João o Batista;

Jesus cita também os "perseguidos por causa da Justiça", e aqui são todos os que procuram viver de acordo com a Palavra de Deus, por amor à Justiça, sofrerão perseguição.
João foi perseguido e morto pelo governo hipócrita, falso e manipulador. Qualquer um que quiser "cortar a cabeça" de um cristão convicto, será semelhante a Herodes.
Agora eu pergunto mais uma vez: Você, cristão Meia-boca, teria coragem de imitar João Batista?
PARA CONCLUIR, sempre haverá momentos ruins e situações em que o Cristão será confrontado com o poder e manifestar-se diante da sociedade.
Cabe a cada um ouvir a voz de Deus e Seu Espírito, guiando suas atitudes. Mas uma coisa atento... DEUS NÃO NOS COLOCA ESPÍRITO DE COVARDIA.
Tudo bem que o CÉU nos espera; que somos peregrinos nesta terra errante; que o nosso tempo passa, mas a eternidade está à frente; mas a Palavra diz para não nos conformarmos com o mundo, mas transformar este mesmo mundo pela renovação de nossa mente...
Clame como Habacuque, mas seja justo, e viva pela fé.
Jesus sempre quis que fossemos Luz, então iluminemos! Afinal, pra que iluminar o céu se O Próprio Deus É Luz Absoluta? Vamos iluminar a Terra!
Me perdoem o longo texto, mas aqui vai minha voz para mostrar (não justificar), como Cristão não desejoso de ser "meia-boca", o porquê de certas postagens e embates nas redes sociais, sobre o tema corrupção, justiça e o posicionamento de qualquer um que se diz "seguidor de Jesus Cristo".
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Alexandre Monsores / Outubro 2014






quinta-feira, 23 de outubro de 2014

NUVENS DUARTES e SUAS CHUVAS



João 3:8
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.

Mistério!
O vento que não se vê, apenas se enxergam as suas ações.
O vento traz frescor, traz poeira, traz folhagens, traz sementes, o vento poliniza, o vento derruba castelos de areia, o vento molda penhascos, o vento canta, o vento muda histórias...

Mistério!
Um dia o vento nos trouxe uma nuvem.
Parecia pequena, chegou devagar, mas chegou.
Esta nuvem estava cheia d’água e estava pronta pra irrigar a terra seca e molhar pessoas, mas cada qual tinha que receber a dose certa de chuva.

A nuvem nos deu a Orvalho Emily, discreta, doce, com frescor matinal.
A Orvalho sorria, mostrava as covinhas do riso alegre, e todos, absolutamente todos que acordavam mais cedo viam que o Orvalho Emily refletia a luz do Poderoso Sol.
Quem olhava a Orvalho, via sua gotas da grama a brilhar, que mais  pareciam milhões de diamantes.
E a Orvalho Emily dizia: “eu sou diamante de Deus!”.

A nuvem nos deu uma chuva de verão, aquela acompanhada de um sopro que canta.
A Chuva Nathalye vem ao longe cantando, a poderosa voz anuncia o quanto ela vai molhar.
O povo ouvia o cantar da chuva Nathalye e se surpreendia com o poder daquela chuva, mesmo breve e pequena, mas elas acabavam rindo, chorando, admirando, adorando ao Deus da chuva... e muitos foram batizados através dela.

Aí chegou um longo chuvisco.
Pequenas e doces gotículas que dançavam com uma brisa leve.
A Chuvisco Rose é insistente, vinha de dia, a tarde e a noite.
As ruas agradeciam a Rose, pois fazia abaixar a poeira. A tal chuvisco trazia ternura, trazia um confortável frio, a Chuvisco Rose nos dava inspiração de estar debaixo de uma coberta, com cappuccino (ou chimarrão) e acompanhado de um grande amor.
Muitos não a percebiam, mas por estar mais tempo a irrigar, riachos e ribeiros se formaram por causa da Chuvisco Rose.

Mas o que mais impressionava era a tempestade que a nuvem nos deu: A Tempestade Daniel.
Muralhas caíam com o seu furor.
A voz da tempestade era grave, mas ao mesmo tempo limpava a sujeira de quem era surpreendido por ela. A tempestade arrancava o lodo, o barro nas barras da calça e as pessoas aprendiam com o que a tempestade ensinava.
Vez em quando a tempestade Daniel nos dava granizo... mas as crianças brincavam com o gelo. A tempestade brincava com as crianças, imitava outras vozes, fazia bonecos e se divertia com elas.
Algumas vezes as gotas da tempestade eram quentes, na verdade porque eram gotas de choro, eram lágrimas de tanto chorar pelos outros, pelos povos, pelas cidades em que visitava. Mas só os mais íntimos da tempestade sabiam que tais gotas eram lágrimas.

Mistério!
Veio de novo o Vento, aquele que ninguém sabe de onde veio e para onde vai... e nos leva a nuvem novamente para outras paragens.
Outros chorarão e serão lavados, ouvirão seus cânticos, serão irrigados de leve e verão o frescor que a nuvem nos dava.
Mas não invejo tal povo... a nuvem é de Deus, o Vento é O Espírito, e se Ele sopra, a nuvem obedece.

Beijos meus amigos Duartes: Daniel, Rose, Nathalye e Emily. Vocês fazem parte de nossa história.


Alexandre Monsores – Out/2014